segunda-feira

DESDELIRAR

Delirei...
Oh, como delirei!
Agora,
Dele irei...
Oh, como dele irei?





PRESENÇA


Em ti estou inteira.
Inteiramente,
Frouxa e estendida sobre seus braços,
Sedenta e inquieta pelos seus beijos,
Decidida a suicidar-me em seus abraços.
Quero-te...
Nas noites infinitas e eternas do meu ser,
Como uma luz macia e tépida,
Despencando sobre meu corpo úmido,
Iluminando com os olhos minhas dobras sombrias,
Estremecendo com os lábios minha carne e minhas estrias.


domingo

EU, INVERNO!

Aqui dentro venta frio...
Órgãos congelados,
Pele pálida...
Poros arrepiados.

Pensamentos em blocos de gelo,
Não derretem...
Sentimentos cobertos por neblina,
Não se aquecem...

O sangue coagulado,
Interdita a veia,
Do corpo nublado.

E as lágrimas embranquecidas,
Nevam sob a gélida face,
Há muito tempo entorpecida.



quinta-feira

TUA MORTE

Me ronda, assim às avessas, o fantasma cruel da sua morte,
Me assustando cada poro...
Me arrepiando cada pelo...
Imagino-te corpo sobre a madeira, 
Inchando até preencher todo o abraço da terra,
Explodindo teus pedaços pelo universo,
Desintegrando-se no colo do infinito.
Dói-me, saber que um dia você será o todo outra vez,
Deixando de ser um... um em mim.
E quando, em um dia de gentil chuva ,
Resolver eu visitar sua sepultura,
Sentirei ainda seu cheiro exalando da terra,
Que será para sempre o frasco do teu doce perfume.



RAZA RAZÃO

"Enfim, ela adormece...
Babando delírios na frouxidão dos pensamentos.
Assim como a luz pálida da lua se remexendo,
Sob o estrelado lençol escuro da noite".